segunda-feira, 9 de março de 2009

Devaneios Esfinctéricos


Falar sobre temas interessantes é simples e qualquer pessoa o sabe fazer. Neste meu primeiro post proponho-me a falar sobre algo que nunca ninguém falou, pelo menos de maneira séria. Refiro-me ao acto de defecar! Sim, desde os primórdios da humanidade que todos nós, sem excepção, cagamos. Apesar de ser um aspecto preponderante na nossa existência, o ser humano e a sociedade tornara-no num tabu. Se eu vos perguntar o que fizeram ontem, de certeza que não me vão dizer que cagaram 2 vezes durante o dia, isto se não forem o Willy, o Ró, o Ricardo ou o Gonçalo, porque nesse caso vão, decerto, informar-me de todos os detalhes dessas monumentais e prazerosas defecações.


Debrucemo-nos então sobre o âmago, se é que este existe, da questão: o acto de defecar ou , mais grosseiramente, de cagar é a etapa final da digestão em que as fezes são expulsas pelo ânus. Cada pessoa tem um ritmo de defecação próprio que depende de inúmeros aspectos. Pode variar de algumas vezes por semana a várias por dia (como o Willy). Se nós somos o que comemos, a nossa alimentação também vai influenciar todo o processo de defecação: desde a própria textura da poia até ao odor que exala. Sobre a textura e forma esta pode apresentar uma panóplia de variedades. No que toca ao cheiro, estudos realizados pela nossa confraria provam que se comermos alpista e soja e essas comidas de vegetariano o odor emanado no acto vai ser 10,8 vezes mais fedorento do que antes. Estamos em vias de provar que também a flatulência sofre um incremento exponencial, mas de cada vez que fazemos testes na nossa cobaia (para proteger a identidade da mesma irei apenas proferir as primeiras duas e as últimas duas letras do seu nome: wi_ly) a malta desmaia. Por este motivo estamos a pensar em adquirir ratos de laboratório (se quiserem contribuir iremos criar um fundo da Confraria do Tremoço). Adiante! Defecar é um acto que fazemos desde que ingerimos alimentos e desde que temos ânus por isso esta actividade remonta a muito antes do homo sapiens. Portanto já vamos nisto à uma data de anos e a sociedade teima em encobrir este nobre acto. Tudo foi criado de modo a darmos a menor importância possível à defecação, senão vejamos:

- O ânus está, anatomicamente, escondido (salvo raras excepções)
- Cagamos sozinhos, numa privacidade suprema e numas divisões minúsculas e cujo odor é tipicamente fétido
- As fezes cheiram mal
- A defecação é, quase sempre, acompanhada de micção e flatulência
- A flatulência cheira mal
- A urina cheira mal
- Para limpar o rabo usamos papel higiénico que, no maior dos luxos, é de folha dupla e cor de rosa mas para assoar o nariz usamos lenços de 8237648 cores e 2347668723 fragrâncias
- Em tempos o rabo servia apenas para uma coisa, para cagar! Hoje em dia essa singularidade do ânus desvaneceu-se e graças a pessoas como o Ricardo o ânus já não serve só para a saída de fezes, se é que me faço entender
- A própria cor da poia...o castanho. Se o cócó fosse azul ou de uma outra cor menos ignóbil toda a gente olharia para a sanita e sorriria antes de puxar o autoclismo
- Já não me lembro de mais coisas más e injustas mas se se lembrarem sintam-se à vontade para comentar. Se não se sentirem à vontade escrevam o que quiserem e ponham o nome do Gonçalo ou do Ró

Cabe-me agora a nobre tarefa de enaltecer o acto de defecar. Tarefa fácil pois para além de ser um adepto fervoroso da defecação tento nunca me abster sobre este assunto:

- Senão cagares morres. Só neste aspecto já podemos antever a enorme importância desde acto! Se eu não assoar o ranho o máximo que me acontece é ele escorrer-me pelo nariz abaixo...até à boca. Aí pára.
- Todas as pessoas têm um ânus
- Todas as pessoas cagam
- Defecar é bastante prazeroso! Vá lá admitam!
- Defecar é tão prazeroso que a Humanidade encontrou uma maneira de atingir esse prazer de outro modo. O sexo anal. Do ponto de vista evolutivo é meramente inútil pois daí não pode advir a concepção de um ser. Por isso o seu único objectivo é o prazer. Devemos ser a única espécie estúpida o suficiente para inventar uma coisa destas...
- Depois de cagar lavamos as mãos com o melhor dos sabões
- Depois de assoarmos o ranho...nada
- Praticamente todos os edifícios têm casa de banho
- Ir à casa de banho é uma das poucas desculpas aceitáveis para muita coisa
- Debaixo das nossas cidades existem quilómetros de esgotos só para encaminhar os nossos dejectos a porto seguro

Como já não tenho paciência para continuar a escrever digo-vos apenas que cagar é uma dádiva. Se cagam é porque estão vivos e de saúde, além disso também significa que comeram alguma coisa e não estão a passar fome. Muitas pessoas agradecem cada refeição pois eu acho que também deviam agradecer cada cagada. Cagar é nobre e sabe bem, tanta vergonha e preconceito à volta de um acto imperetrivelmente ligado não só ao ser humano como à maioria dos seres vivos é inaceitável. Vamos lá a quebrar barreiras e a mudar consciências senão este mundo não anda para a frente!


Até à próxima, tenho de ir cagar

3 comentários:

  1. Nuno, isso são 2! xD

    EU QUERO CAGAR! EU QUERO CAGAR! EU QUERO CAGAR, EU QUERO CAGAR, EU QUERO CAGAAAAR!

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  2. ( http://www.youtube.com/watch?v=PM6PpS0sa1Y )

    Primeiro, tendo em conta a tua descrição detalhada de certos cheiros, estou muito feliz por fazer parte de uma sociedade que tenta esconder isso tudo;
    Segundo, ehe;
    Terceiro, ranho na boca mete nojo;
    Quarto, concordo com a desculpa da casa de banho |-)

    Não estou a dizer que defecar é punível, apenas prefiro não saber certas coisas... Vamos dar uso à privacidade? iupiiii :D

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